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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

COSMOECOLOGIA E CIDADANIA UNIVERSAL: A VIDA ALÉM DA TERRA


                                                                                                          Marcos Goursand[1]

O DISCO VOADOR


            A pelada de rua estava animada entre a garotada. Era o ano de 1950 e o “campo” era a Rua Fernandes Tourinho, hoje um dos pontos mais movimentados do bairro Funcionários, em Belo Horizonte. De repente, alguém grita, olhando para o alto:
            - Gente, olha lá! Parece que é um disco voador! – e todos olharam para o céu: os meninos que jogavam pelada, as meninas que assistiam, os adultos que passavam e os que estavam no bar de meu avô.
            Lá estava ele, um objeto circular, uma espécie de prato cinza prateado, num céu de parcas nuvens. No centro tinha um outro círculo menor. Inicialmente parado, movimentou-se para um e outro lado, aumentando a excitação dos observadores. Ficou ali por uns dois ou três minutos e desapareceu rapidamente atrás de uma nuvem. Continuamos ainda por um bom tempo aguardando que retornasse, mas ele não voltou.
            Por essa época, o assunto estava de novo em evidência, especialmente por causa de uma reportagem na revista “O Cruzeiro”. O objeto que víramos (e foram várias as testemunhas) seguramente não era um avião ou helicóptero (que não possuem aquela forma) nem balão metereológico (que não voa daquele jeito, simplesmente flutua).
            Essa experiência marcou-me profundamente, eu que muitas vezes olhava para o céu estrelado e ficava imaginando como seria a vida em muitos planetas desconhecidos que giravam em volta de tantas estrelas.  Porque será que na escola a gente não estuda sobre discos voadores e não ouve nada sobre a vida nos outros mundos? – perguntava-me na minha infantil ingenuidade.
            Mas logo pude perceber que o assunto era tabu. Quando qualquer um de nós que tínhamos visto aquele estranho objeto comentava com outro colega ou algum professor sofria uma “gozação” ou era tido como maluco. O melhor seria não falar mais nisso e tentar esquecer o assunto. É o que tem acontecido ao longo da História com a quase totalidade das pessoas que tiveram avistamentos de UFOs. Isto sem falar que houve épocas em que as pessoas eram punidas e até queimadas como bruxos e endemoninhados, como na Idade Média.
            Passou-se o tempo e me vejo em outra situação. Eram férias de verão em 1963 e eu estava com alguns colegas de Faculdade em  uma casa de praia do tio de um deles, em Bertioga, litoral de São Paulo. Estava namorando uma colega, e por volta de 23 horas, numa noite quente em que passeávamos na praia, notamos um astro mais brilhante do que os demais. De início pensamos que era Vênus, mas logo nos demos conta de que não podia ser, pois a luz se movimentava com certa rapidez. Começou, então, a se aproximar e a descer, fazendo um intenso reflexo de luz sobre o mar, parando a uns 100 metros de altura e a uns 500 de onde estávamos. Ficamos ali contemplando aquele belo espetáculo. Depois de algum tempo a luz começou a subir, de início lentamente e depois em alta velocidade até desaparecer.



CIDADÃOS DO UNIVERSO

            Hoje, ao observar o farto material divulgado sobre as naves extra-terrestres e que é imensamente menor do que as forças armadas e os órgãos de segurança retêm, continuo a fazer a mesma indagação de minha infância. Porque o assunto continua sendo um tabu?
O que até há pouco tempo se negava, hoje já é um axioma científico: a existência de muitos mundos habitados fora da órbita planetária e as manifestações de vida em outros planos e dimensões além do mundo material, a que podemos chamar de espiritual. Na realidade, somos cidadãos não apenas de nosso País, mas também de nosso planeta e do universo. Estamos hoje aqui, mas já estivemos antes em outros lugares.
Espiritualidade não significa religiosidade ou apêgo a qualquer crença, mas uma compreensão lógica, vivencial e transcendental de que a vida humana não se restringe apenas a esta vida e a este nosso planeta (vida terrena e vida terrestre).
Como cidadãos universais, temos uma profunda responsabilidade para com a vida de nossos semelhantes e a biodiversidade de nosso planeta. Devemos trabalhar pela ampliação de uma consciência ecológica e de respeito e preservação da vida e dos recursos da Terra e por uma tomada dessa consciência de cidadania universal, propugnando pela superação dos entraves e limitações das xenofobias étnicas e nacionais, dos fanatismos religiosos, das discriminações de qualquer espécie. “SER CIDADÃO DO MUNDO É AMAR O SEMELHANTE E RESPEITAR O DIFERENTE, BUSCANDO A IGUALDADE E PRESERVANDO A DIVERSIDADE”.
            Cidadania se define como qualidade ou estado de cidadão (que é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este). Cidadão do mundo é o homem que põe os interesses da humanidade acima dos interesses da pátria; cidadão do universo (Aurélio).
             O termo cidadão originalmente designava o habitante de uma cidade, como na Grécia e Roma antigas. Em Roma, a partir do ano 212, o conceito de cidadania foi extendido aos habitantes livres do império. Atualmente o conceito abrange, em quase todos os países, os naturais do país e se equivale ao de nacionalidade. Implica necessariamente na participação consciente nos processos decisórios na nação.
            O conceito de cidadania universal ultrapassa os limites da nacionalidade e abarca a todos os seres humanos (e também não-humanos) independentemente de nacionalidade, credo, raça, etnia, sexo, nível sócio-econômico e outras diferenças culturais.
            O propósito de uma verdadeira cidadania universal é o de trabalhar para atingir algumas metas tais como: a harmonia e a fraternidade entre os povos; o profundo respeito aos direitos humanos e à liberdade individual; o respeito ao planeta, à natureza e aos eco-sistemas. Ao lado disso busca combater: toda e qualquer forma de  discriminação (racial, étnica, religiosa, sexual, política, econômica, social, cultural, etc.); toda e qualquer forma de violência (entre pessoas, grupos, instituições, povos, etc.); a caça aos animais silvestres, a pesca predatória, etc.


VIDA ULTRA E EXTRA-TERRENA

 

               A grande questão é: até onde um fenômeno é apenas de origem interna (físico ou psicológico), podendo ser considerado um surto psicótico, alucinação ou fantasia (fenômeno psicopatológico, mero produto da mente do paciente) ou é de origem externa (ainda desconhecido da ciência) como os produzidos por extra-terrestres e espíritos; e, no segundo caso, até onde vai o limite de um e começa o outro, pois tanto as manifestações dos espíritos desencarnados na terra como as dos alienígenas parecem ocorrer em outras dimensões desconhecidas para nós. Além disso, os ETs teriam desenvolvido a capacidade de usar seus corpos sutis, como acontece conosco em casos de experiências fora do corpo. [2]
               Calcula-se que nossa galáxia, a Via-Láctea, tenha mais de 17 bilhões de anos, enquanto nosso sistema solar teria 12 bilhões de anos e a Terra “apenas” 5 bilhôes de anos. São portanto, por volta de 12 bilhões de anos a distância temporal que nos separa dos sistemas solares mais antigos da Via-Láctea, com seus cerca de 400 bilhões de estrelas, num cenário de outras bilhões de galáxias espalhadas por esse infinito universo. Ora, pois, em sistemas solares bem anteriores ao nosso, certamente desenvolveram-se civilizações bem mais antigas e evoluídas que a nossa, provavelmente em muitos milhões de planetas apenas dentro da Via-Láctea.
               Imaginemos a Terra daqui a 1.000 anos, no ano 3.000. Como estaremos? Que desenvolvimento tecnológico teremos alcançado? Haverá ainda alguma doença que não possa ser facilmente curada? E como estaremos daqui a 10.000 anos, 100.000 anos, 1 milhão de anos ou 1.000 vezes isso? Pois bem, esse é o caso de alguns de nossos vizinhos cósmicos. A distância cultural que os separa de nós pode ser milhões de vezes maior do que a que nos separa do homem primitivo da Idade da Pedra.
               Somente a extrema estupidez, aliada a uma arrogância doentia, seria capaz de justificar, em mentes que se consideram superiores, como as de alguns cientistas e de donos das verdades, a estultície e irracionalidade de achar que nós, seres terráqueos, somos as únicas privilegiadas criaturas vivas do universo.
               Sabemos hoje que a terra tem sido visitada desde tempos imemoriais por viajantes de outros planetas. Esses visitantes foram geralmente tomados por deuses, em virtude de sua capacidade e desenvolvida tecnologia que lhes permitia fazer coisas impossíveis para os povos primitivos, como voar.
            Devemos ter em conta que os fatos miraculosos relatados em textos sagrados muitas vezes podem ser compreendidos da mesma maneira [3].
               Hoje em dia, já são comuns os relatos de contatos com extra-terrestres, inclusive as abduções (sequestros de humanos por ETs), que embora menos frequentes, parecem ocorrer. No geral, os encontros com ETs têm sido cordiais, demonstrando a preocupação deles com o futuro da humanidade. Tais foram os contatos de Daniel Fry, em 1950, em White Sands, no Novo México ou os mantidos por George Adamski, desde 1952, no Arizona e na Califórnia. As abduções, entretanto, têm sido descritas frequentemente como hostis e agressivas, como teria ocorrido com o casal Barney e Betty Hill, em 1961, em New Hampshire, “dopados” por alienígenas para colher amostras de cabelo, unhas, pele e sangue.
               Em muitos relatos, aspectos da história pessoal podem misturar-se com a realidade, distorcendo os fatos. O que sabemos é que qualquer que seja a qualidade do contato, o impacto psicológico sobre a pessoa é muito grande. Este é um dos motivos alegados pelos próprios ETs para não se apresentarem abertamente, pois isso poderia produzir um caos mundial em uma humanidade ainda despreparada para isso.
               O contrário também tem acontecido, isto é, a atitude agressiva e violenta dos humanos em relação aos ETs, especialmente de organismos militares. Infelizmente os tempos de obscurantismo medieval ainda não acabaram. Os antigos inquisidores foram substituídos por clérigos desonestos, militares truculentos e cientistas aéticos a serviço de interesses econômicos e políticos escusos, tendo por objetivo geral manter o público desinformado de fenômenos e contatos ufológicos e espitituais e nos impõem, através dos meios de comunicação de massa, aquilo em que devemos acreditar.
               Os relatos de abduções são ainda mais cercados de mistérios e dúvidas do que os contatos amigáveis. O que se questiona é porque os ETs, sendo tão evoluídos, usam seres humanos para cobaias de exames e experiências, contra a sua vontade e que lhes acarretam sofrimentos físicos e psíquicos. Devemos considerar que:
1.    Alguns desses relatos não parecem dignos de qualquer credibilidade, sendo produtos de invenção dos narradores.
2.    Dentre a grande diversidade de povos alaienígenas que nos visitam, temos evidentemente diferenças significativas entre eles, não só quanto ao desenvolvimento tecnológico, mas também com relação aos aspectos morais e intelectuais.
3.    Alguns desses que usam seres humanos para experiências, talvez nos vejam como seres inferiores,  da mesma maneira como fazemos com os demais animais aqui na terra. Os cientistas não pedem licença às suas cobaias para seus experimentos. O que entretanto, não justifica nem um nem outro procedimento.
4.    Apesar disso, em nenhum dos casos ocorridos, soube-se de alguém que tenha sido morto deliberadamente como fazemos com os animais. Pelo contrário, hoje sabe-se que quando um ET é capturado, para fins de estudo e especialmente para se tentar conseguir segredos militares, ele não sobrevive. É o que parece ter acontecido com os casos de Rosswell, do Sahara e de Varginha.
               Apesar da imensa superioridade dos ETs em relação a nós, sabe-se que eles não podem usar seu poder para destruição.
               Cabe-nos hoje, ao invés de ignorar o assunto ou tratá-lo de forma fantasiosa, temerosa e irreal, aprofundarmos no seu conhecimento e buscarmos de maneira responsável a cooperação com os alienígenas para melhorar a qualidade de vida e a harmonia entre os habitantes de nosso planeta.



[1] Presidente da Sociedade Brasileira de Biosofia. Psicólogo pela PUC-MG, doutorado em Psicologia na PUC-SP e pós-doutorado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

[2] Experiência fora do corpo, desdobramento, projeção astral ou projeção extra-corpórea é um processo pelo qual a pessoa “sai” de seu corpo e se vê geralmente flutuando acima deste.
[3] Para quem quiser se aprofundar nesse tema, recomendo a leitura do livro de Erik Van Daniken, Eram os deuses astronautas? (São Paulo: Melhoramentos, 1999.)

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